Vocês conhecem os seu “omas”? Nesta quarta da ciência #OMFScienceWednesday, nós apresentamos os “omas” estudados nas pesquisas biomédicas, e explicamos porque estamos financiando projetos para estudá-los em ME / CFS.
Genoma:
O genoma se refere a toda a informação hereditária do DNA de um organismo vivo. O DNA contém genes codificadores de proteínas que possuem funções específicas no corpo.
Cada célula duplica o seu DNA para se dividir e criar uma nova célula. Isto significa que todas as nossas células têm os mesmos genes.
Existem diversas variantes de cada gene na população e cada pessoa possui um genoma único. Estas variantes levam a diferentes características biológicas. Por exemplo, algumas delas podem aumentar o risco de um indivíduo desenvolver alguns tipos de doenças. Alguns estudos identificaram variantes que podem aumentar o risco para desenvolver ME / CFS.
Transcriptoma:
O transcriptoma se refere a todo o RNA produzido ou “expresso” pelos genes no genoma. Moléculas de RNA podem atuar como mensageiras, carregando as informações codificadas nos genes para permitir a produção de proteínas. Dependendo da célula e do tipo de tecido, os genes se expressam de formas diferentes, resultando em RNA’s diferentes que produzem proteínas diferentes.
Existem algumas doenças onde o genoma pode não apresentar nenhum defeito, mas onde o processo de transcrição – conversão das informações contidas no DNA para aquelas contidas no RNA – pode conter erros. Consequentemente, a célula pode produzir uma quantidade muito grande ou muito pequena de uma proteína que tem uma função importante, o que pode potencialmente levar a uma doença ou uma disfunção.
A determinação do tipo e quantidade de RNA, que pode ser feita através de tecnologias avançadas de sequenciamento, pode nos dizer muito sobre como o genoma está (ou não está) sendo transcrito apropriadamente para RNA.
Proteoma:
O proteoma se refere a todas as proteínas produzidas a partir de RNA nas nossas células. As proteínas são os blocos construtivos das células e podem ter muitas funções diferentes. Algumas atuam como portões para controlar a entrada e saída de moléculas na célula; outras são enzimas que executam reações bioquímicas importantes, tais como queima de glicose para proporcionar energia para as células.
Assim como o RNA, os tipos e níveis de proteínas podem variar amplamente entre células e tecidos. E como as proteínas são responsáveis por muitas funções biológicas, o proteoma pode nos dizer muito sobre quais tarefas as células podem – ou não podem – executar.
Metaboloma:
O metaboloma se refere a todas as pequenas moléculas conhecidas como metabólitos. Os metabólitos são as moléculas produzidas nos processos celulares que quebram e utilizam nutrientes. A metabolômica, o estudo do metaboloma, pode nos dar uma imagem instantânea do metabolismo do nosso corpo.
O metaboloma é geralmente medido em fluidos corporais como sangue ou urina. O sangue leva nutrientes para as células e recolhe resíduos. Portanto, quando medimos os metabólitos no sangue, estamos medindo duas coisas: nutrientes primários e produtos residuais.
No entanto existem muitos passos entre a célula assimilar um nutriente e aquele nutriente se transformar em um resíduo. Novas tecnologias estão permitindo que os cientistas meçam o metaboloma de células vivas em tempo real, o que significa examinar o metabolismo da célula enquanto ela trabalha.
Diversos estudos de ME / CFS encontraram diferenças entre o metaboloma de pacientes e pessoas saudáveis, incluindo o estudo metabolômico do Dr. Naviaux.
Microbioma:
O microbioma (ou microbiota) se refere a todos os microorganismos encontrados em uma amostra biológica. O microbioma humano se refere aos microorganismos que vivem em nosso corpo. Você sabia que existem mais micróbios presentes no seu corpo do que suas próprias células? Alguns destes trilhões de microorganismos nos ajudam no metabolismo, nas funções imunológicas e até no humor. Alguns estudos encontraram alterações na microbiota intestinal de pacientes de ME / CFS.
Como cada “oma” é uma camada distinta de informações moleculares sobre as funções biológicas de uma pessoa, podemos aprender muito sobre doenças ao estudá-los em conjunto. Integrar estas camadas de informações pode nos ajudar a entender porque alguns “omas” variam entre pacientes e controles saudáveis – por exemplo, quais variantes genéticas podem levar às alterações metabólicas encontradas em ME / CFS. As equipes científicas que financiamos estão otimistas de que esta abordagem “multiômica” nos dará uma compreensão mais completa dos complexos processos moleculares que causam ME / CFS, levando a tratamentos direcionados, e um dia, uma cura.
Leiam mais sobre como as abordagens multiômicas estão sendo usadas no Centro Colaborativo de Pesquisas em ME / CFS da Universidade de Stanford: /2017/12/13/dr-mike-snyder/
/collaborative-research-center-stanford/
A OMF agradece a Claudia Musso esta tradução para português.